A Associação e-LEE tem 3 objectivos principais:
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realizar e difundir gratuitamente através de um portal internet recursos multimédia para o ensino da engenharia electrotécnica;
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realizar e difundir no mesmo portal internet uma avaliação da mais valia de que os estudantes beneficiam em função do contexto pedagógico, económico e social em que se inserem;
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partilhar entre os membros da associação, os métodos e os recursos informáticos por forma a permitir o desenvolvimento de novos recursos pedagógicos ou a sua adaptação a um contexto particular de ensino.
Recursos multimédia para o ensino da engenharia electrotécnica
A engenharia electrotécnica é um ramo da física aplicada que se debruça sobre a implementação, nos dispositivos fabricados pelo homem, de fenómenos eléctricos e magnéticos. Desde o início do séc XX que os domínios desta disciplina se têm vindo a alargar, assistindo-se, actualmente, a importantes desenvolvimentos em sectores estratégicos como a electrónica, os sistemas de telecomunicações ou a gestão de energia. As necessidades de mão de obra qualificada neste domínio, são enormes.
No entanto, a engenharia electrotécnica é uma disciplina de difícil aprendizagem e ensino. Exige, por parte do aluno, um elevado nível de abstracção. Em mecânica, as noções elementares de posição, de velocidade, de força, seja a da gravidade, centrífuga ou de atracção, são noções intuitivas, correspondentes a experiências do dia a dia, sobre as quais o professor se pode apoiar para introduzir estes conceitos base. No entanto, nunca ninguém visualizou uma carga eléctrica, uma corrente ou um potencial eléctrico, a não ser através dos efeitos que eles produzem. Analogamente, para as noções de campo eléctrico ou campo magnético.
As novas tecnologias da informação e da comunicação (NTIC) podem revelar-se ferramentas preciosas. Permitindo que os estudantes visualizem a evolução das grandezas físicas no seio dos dispositivos eléctricos, elas tornam muito mais intuitiva a compreensão dos fenómenos que aí acontecem e facilitam a compreensão dos modelos matemáticos que os descrevem. A possibilidade que elas oferecem de manipular virtualmente estes sistemas, facilita a sua interiorização por parte dos estudantes, sem o risco de degradação dos equipamentos (muitas vezes onerosos) ou de electrocução.
Beneficiando de um financiamento da União Europeia (no âmbito de uma acção Sócrates-Minerva) a associação desenvolve, actualmente, recursos sobre 4 temáticas:
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circuitos eléctricos: descrição e ilustração dos métodos básicos para a escrita e resolução das equações que regem os circuitos eléctricos (lei das malhas, lei dos nós, até aos métodos vectoriais para a resolução de circuitos em corrente alternada, passando pelos teoremas de Thevenin e Norton e teorema da sobreposição) ;
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electrónica de potência: descrição e ilustração das principais topologias e comandos que permitem a conversão de energia através da electrónica de potência ;
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máquinas eléctricas: construção, tratamento matemático funcionamento, comando (U/f, vectorial, DTC);
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energias renováveis: descrição técnica e ilustração dos diferentes tipos de produção de energia eléctrica a partir de fontes renováveis, como os sistemas eólicos e fotovoltaicos.
Os recursos são desenvolvidos no seu todo, ou em parte, em 4 línguas (inglês, francês, português e romeno).
Avaliação
Desenvolver ferramentas multimédia sobre determinada temática, é uma coisa; implementar estas ferramentas e integrá-las no processo de aprendizagem, de forma a que representem uma verdadeira mais-valia (para além do efeito de "novidade", efémero por natureza), é uma outra! Esta integração depende fortemente do contexto:
Em que contexto pedagógico estamos inscritos? Numa pedagogia "clássica" de aulas tradicionais ou numa pedagogia "activa" (aprendizagem por problema ou por projecto)?
Quem são os nossos estudantes alvo? De que meios humanos (qualitativa e quantitativamente) dispomos? Trabalhamos para populações homogéneas em termos de formação ou, pelo contrário, a sua proveniência é muito diferenciada?
Os estudos realizados incidiram sobre a forma como os estudantes encaram as ferramentas didácticas colocadas à sua disposição. Os primeiros resultados mostram que a atitude depende fortemente do facto de o estudante dominar, ou não, as tecnologias da informação e da comunicação. A atitude do professor (que se limita a publicitar a existência dos recursos ou que, pelo contrário, as integra activamente nas suas aulas), é determinante para ajudar os alunos mais fracos a apropriar-se e a tirar o melhor partido das ferramentas multimédia postas à sua disposição.
Partilha dos métodos e das ferramentas
O desenvolvimento destas ferramentas interactivas de aprendizagem, é ainda muito oneroso em termos de recursos humanos e é ilusório pensar que os formadores ou equipes de formadores em estabelecimentos de ensino, podem, isoladamente, desenvolver cada um por si, ferramentas próprias especialmente adaptadas aos estudantes que formam. A cooperação é indispensável. A disponibilização dos "applets" Java e dos códigos fonte das ferramentas desenvolvidas é, do ponto de vista da associação, a melhor forma de valorizar o trabalho realizado. A associação pretende igualmente coordenar os esforços de desenvolvimento e de selecção (através de comités científicos) dos recursos desenvolvidos pelos seus membros e que ela julgue útil divulgar no seu portal.
e-Learning tools for Electrical Engineering©2003