Uma eólica utilizando uma MADA permite extrair uma potência máxima a partir de uma determinada velocidade do vento, optimizando a sua velocidade específica ? e minimizando as restrições mecânicas sobre a turbina devido às rajadas de vento. A velocidade específica ? é a relação entre a velocidade na extremidade das pás da turbina e a velocidade do vento. A potência da turbina eólica é convertida em potência eléctrica e é transmitida à rede através dos enrolamentos do estator e do rotor.
Recorda-se a expressão da potência mecânica numa eólica:
Pm = 0.5 ρ π R² v³ Cp( λ,β )
Sendo :
ρ = 1.225 kg/m³ a densidade do ar.
R =
comprimento das pás ou raio da turbina em m
v =
velocidade do vento em
m/s
Cp ( λ,β ) =
coeficiente de desempenho
e
λ =
velocidade específica = Ωm.R/v
Ωm =
velocidade de rotação mecânica em rad/s
β =
ângulo de passo das pás em graus
O coeficiente Cp é adimensional e o seu valor é diferente em função do tipo de eólica a que se refere. Para uma eólica integrando uma MADA, a sua expressão, obtida de um modo empírico, corresponde a:
Uma eólica integrando uma MADA tem quatro fases de funcionamento:
- Fase de arranque da máquina . A produção eléctrica inicia-se logo que velocidade de rotação atinge 70% da velocidade de sincronismo do gerador. A potência eléctrica tem um valor reduzido.
- Fase de extracção da potência máxima ou fase MPPT (Maximum Power Point Tracking). Nesta zona, a velocidade mecânica varia e poderá atingir um valor próximo da potência nominal. A potência eléctrica aumenta rapidamente.
Nesta fase, o ângulo de passo das pás, b , mantém-se constante no seu valor mínimo de modo a obter um Cp máximo. A potência máxima é, assim, obtida para cada valor de velocidade mecânica e para velocidades médias do vento (aproximadamente, 7-13 m/s).
- Fase de velocidade mecânica quase-constante . O ângulo de passo das pás varia de modo a obter a potência máxima para diferentes valores de vento. É o controlo “pitch”. A potência eléctrica aumenta muito rapidamente até ao seu valor nominal.
- Fase de potência constante. Se a velocidade do vento aumenta, a variação do ângulo de passo das pás assegura uma potência constante, no seu valor nominal .
Por razões de segurança, se a velocidade do vento é excessiva e toma valores que possam pôr em causa a estrutura da eólica, o ângulo de passo das pás é fixado em 90º. É a colocação em bandeira que assegura a paragem da eólica até que a velocidade do vento seja menor.
Através dos conversores estáticos de potência bi-direccionais no circuito do rotor, a MADA é capaz de funcionar tanto como gerador como motor, nos modos hipersíncrono ou hipossíncrono.
Sendo o habitual, utiliza-se o esquema da MADA em convenção motor hiposíncrono.
Esquema da MADA em convenção motor hiposíncrono
Pm :
Potência mecânica (Pm < 0 se a máquina está a ser accionada)
Ps :
Potência activa absorvida pelo estator (Ps < 0 se a MADA está a funcionar como gerador)
Pr : Potência activa debitada pelo rotor (o seu sinal depende do sinal do escorregamento)
Prede : Potência activa fornecida pela rede à máquina
(Prede < 0 se a MADA está a funcionar como gerador)
Om : Velocidade de rotação da MADA
Admitindo desprezáveis as perdas nos circuitos do estator e do rotor, as potências poderão ser relacionadas da seguinte forma:
Pm = Prede
Prede = Ps - Pr
Pr = g Ps
Ps = Prede / (1-g)
Em modo gerador hipersíncrono, Pr é positivo, a potência é transmitida do rotor para a rede.
Em modo gerador hiposíncrono, Pr é negativo, a potência é transmitida da rede para o rotor.
Nos dois casos, a potência estatórica, Ps alimenta a rede.